Quarta-feira, 02 de março de 2005
Agora
Agora o que ficou foi só esta tristeza indigesta
Que sangra sem nunca cicatrizar
Agora é o sorriso escancarado do meu medo
No retrato sinistro da parede
Agora é meu desespero e minha solidão
Dançando uma valsa mórbida no meu quarto
Agora é o beijo de mil facas em meu rosto
Agora é a dor esparramada em minha cama
Agora é o ponteiro paralítico do relógio
Agora é sua voz serenizada na lembrança
Agora é despedida, e eu partida
Agora é o silêncio dolorido da minha vida
